segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O comportamento do robalo

Compreender o comportamento do eleitor a fim de o poder assediar, propor-lhe a ideia adequada em cada momento, mas sobretudo convençê-lo de que a política que lhe é proposta se adapta às suas necessidades - eis o sonho dos poderes.

Tradução bastante livre de texto de J.L. Barma

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal para todos os linguarudos, amigos, seguidores e anónimos:)))
1 Ab grande
Aspásia

Slade - Merry Christmas Everyone

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



Porque é que ás vezes complicamos aquilo que é simples?

E porque insistimos nos mesmos erros?

Acho que preciso de meditar.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Amor Electro - A Máquina



Por vezes sentimo-nos completamente sós no mundo e no meio da multidão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Parabéns á Caetana e aos seus papás.
Um dia muito feliz
Jokas grandes
Aspásia

segunda-feira, 21 de novembro de 2011



Após estes últimos meses difíceis, um muito obrigada a todos os que me deram força e apoio.

Como diz o velho ditado" Depois da tempestade vem a bonanza":))

Apesar das dificuldades, problemas........é bom estar vivo, gozar da presença e do carinho dos nossos amigos e enfrentar os desafios e obstáculos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É coração partido, por vezes magoado, mas aberto á pureza da água e ao calor do sol.
É ser solidão? é ser diferente? é ser orgulho? é ser-se vários num só? é ser por apenas ser? é ser sentir? é ser sonhar? é ser ausente? é ser incógnito?
Não sei.................


Pedras, tantos formatos, formas, cores.....

Pedras que nos trasmitem energia, que estão nos bons e maus momentos. Pedras com as quais nos podemos identificar ou até abraçar, e sentir o seu frio ou o seu calor, o que nos fazem pensar.

Tens alma? Ouves-me? que pensas?

O que já viste? o que já passou por ti?


" As pessoas morrem quando nos decepcionam e, para nossa perplexidade, com elas morre sempre um bocadinho, mais ou menos indecifrável, dentro de nós"

Sá, Eduardo


E pergunto eu!

Onde fica o perdão? acaso não nos decepcionamos uns com os outros de vez em quando? Não nos magoamos de vez em quando? somos gente!!!! Não somos perfeitos.

Entre a decepção e o perdão, há que percorrer um caminho, há que fazer o luto, há que matar o rancor, esse veneno que nos corrói por dentro e não nos deixa ver, escutar......viver....Ficam alguma cicatrizes? Sim ficam.....Morremos um bocadinho? sim morremos. Mas é a nossa força, determinação, o amor, amizade, carinho pelo outro , que ao mesmo tempo é por nós...que nos faz mover, ir mais longe, ver mais longe, para além da mesquinhez, para além do pequenino, para além do que se torna irrelevante, insignificante.......

sexta-feira, 4 de novembro de 2011



Ela vem de mansinho, um esquecimento aqui, uma ausência de recordação além, algo que já não nos lembramos do nome.....

As memórias tornam-se confusas, não reconhecemos por vezes aqueles que amamos, do que gostávamos de fazer. É o sabor agridoce de que começámos a trocar tudo.

" Quem sou eu", "onde estou", "o que faço aqui", "que idade tenho", "onde é a minha casa". Sou incógnita?

Tenho saudades tuas. Fui vendo a tua lenta partida para o teu mundo onde já não consigo chegar. A dor, a angustia é demasiado dolorosa...O meu coração rasga-se, dilacera-se por te ver assim. Lembro-me dos teus sábios conselhos, do teu amor e carinho que sei serem eternos, de me afagares o cabelo, de me teres no teu colo que tanta falta me faz. És agora a minha querida criança, mas não esqueço a mãe que foste, a força, a luz, o amor que me dés-te e fez de mim o que sou hoje.

A ti a quem chamam Alzheimer, doença monstruosa, eu faço-te frente e digo-te "aprisionás-te a minha querida mãe" mas jamais vais aprisionar o meu amor.Este laço ,que por mais que tentes, jamais se partirá e perdurará para todos os tempos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011



Onde está o homem de Marte???? Ele não sabe o que são mulheres! Humm!!! será que sabe os que são as cabrinhas e os restantes animales?????

Ainda vou no meio do livro????

sexta-feira, 28 de outubro de 2011



Partilho convosco a arvore geneológica da familia Serra feita pelo meu afilhado Luis Paulo:))

Nada como a simplicidade das crianças. Só falta cá mesmo o homem de Marte:)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011



Amigos para siempre!!!!!!

E qual o horizonte que se avizinha?

Será chuva?,será vento? será o homem de Marte? Será o Envoy? Será a Champion?

Por equanto apenas e somente grocamos!




Não consegui resistir......

A Jade quando chegou á aldeia do Toito também se sentiu uma canina estranha numa terra estranha:))

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



Só mesmo a natureza a conseguir o delicado equilíbrio entre forças.......

Porque hoje e todos os dias preciso de ter força, e ser esta rocha de granito.

Sinto-me ás vezes uma estranha numa terra estranha e rodeada de muita gente estranha.

Preciso de ouvir e sentir o vento

Preciso dos raios de sol na minha pele

Preciso de respirar o odor da terra molhada

Preciso de cheirar a sopa que está a fazer-se na lareira

Preciso de sentir a chuva a salpicar-me a face

Preciso de observar o nascimento da pequenina ave

Preciso de ver o nascer e o por do sol

Preciso de acreditar que amanhã será um dia melhor

Preciso que o universo me ilumine o caminho

Preciso do amor e do carinho

Preciso da amizade e da camaradagem

Preciso da simplicidade de estar viva!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

More Blues

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

White Blues

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sistema

Desenho de Barták


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Moldes


E enquanto me for possível empurrar as palavras contra a força do mundo, esse poder será tremendo, pois quem constroi prisões expressa-se sempre pior do que quem se bate pela liberdade.
Stig Dagerman

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Satisfaction

Procuro o que me pode consolar como o caçador persegue a caça, atirando sem exitar assim que algo se mexe na floresta. Quase sempre atingo o vazio, mas, de tempos a tempos, não deixa de me tombar aos pés uma presa. Célere, corro a apoderar-me dela, pois sei quão fugaz é o consolo, sopro de um vento que mal corre pela árvore.



Stig Dagerman in "a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer"

Pega na PSP e tenta passar mais um nível. Tens mais duas vidas para gastar.



R.A.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Margarida

Respira
ao ar
com vista
pró céu.
Já vivia,
mas agora
mais que vive,
pulsa de vida!
A pequena
Margarida



sábado, 20 de agosto de 2011

Dos Blogs



"A senhora, a mim, não me faz perguntas", afirmou quando viu a repórter. "Ponha-se daqui para fora", mandou Jardim, mas a repórter lembrou que a igreja também era dela. "Não é sua, porque você é comunista; e, mais a mais, saia, que eu chamo a Polícia", ameaçou o líder regional.»
[CM] .

D'après P.Ilheu

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

João Carpinteiro acordou de um sonho que o deixou perturbado; purificou o espírito com frescura líquida, debruçado no lavatório, fez a barba e logo se sentiu preparado para mais uma jornada.
O fato – impecavelmente engomado – brilhava no cabide. João Carpinteiro assumia - com brio - a arte de bem vestir; seu avô sempre lho havia dito: se fores paquete, veste-te como se fosses escriturário; mas se fores escriturário – veste-te como se fosses um senhor doutor. Coisas destas – pensava - já não se ensinam. De frente para o espelho do guarda-fatos fez o nó da gravata, com perícia e zelo. Guardou o relógio no bolso do colete; ajeitou a correia e os botões de punho. Abriu o pequeno armário de parede do hall de entrada e escolheu um chapéu de coco castanho, com uma faixa acetinada que acentuava a sua compleição robusta. ora aqui está um rapaz composto! – dizia de si para si, cheio de orgulho.
Os colegas da repartição repontavam – decerto invejosos – quando o viam chegar, aperaltado; aqui e ali, iam soltando risinhos abafados. malandros! – pensava.
O chefe da repartição, que o conhecia há quase vinte anos, insistia em dizer que já não lhe fazia diferença: se ele está bem assim, porque hei-de eu andar a chatear-me com isso? desde que o trabalho fique feito.
O trabalho na repartição era – invariavelmente – o mesmo; mas João Carpinteiro não se incomodava – até gostava. Era cordial com os utentes - que fazia questão de cumprimentar; e tinha até muitos que mostravam preferência em serem atendidos por si – algo que o inchava de sobremaneira. E, diga-se – alto e bom som -, João Carpinteiro era dos melhores técnicos das finanças das redondezas; não se lhe conhecia uma única reclamação.
Ora o Guedes – noviço ao serviço –, que o parodiava - enquanto João Carpinteiro se ausentava para almoçar -, naquele dia não conseguiu resistir.
ó Guedes, tira-me isso daí. deixa o rapaz em paz, homem! – dizia o chefe meio indignado. porquê? – questionava o outro galhofeiro - o chefe vai ver: ele até me vai agradecer.
João Carpinteiro voltou do repasto, dirigiu-se aos lavabos para purificar a dentição e regressou ao posto. Encontrou, debaixo da mesa, um saco contendo uma caixa. Por fora conseguia ler-se: Sapataria Lisbonense | Rua da Assunção 53, Lisboa | Telefone: 213426712. Espreitou o conteúdo.
O Guedes, com um sorriso de escarninho de orelha a orelha, postou-se na secretária do colega: então, o que achas? João Carpinteiro, com a paciência que lhe era característica, disse: são bonitos. bonitos? são um verdadeiro espectáculo! e sabes que mais? são teus, que essa de andares descalço até mete dó! obrigada, Guedes; mas estou bem assim. hã?! - o outro franziu o sobrolho, desconcertado.
João Carpinteiro, com jeitinho (não fosse ofender mais o enxalmo), arredou o saco para o lado com o pé esquerdo. Nesse instante, pareceu-lhe mesmo ouvir a sábia voz do avô: se um homem tiver um coração de oiro lá precisa de sapatos para alguma coisa?

Sara Câmara Leme

Um Must



A Must.

You Must

remember.

You must drink,

the mustum.

The new wine.

Because the truth is in it

And then,

you realise what I want from you.

Mosto.

Apressa o mosto

O mosto

Ai! moço.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fala com ela





"De facto, os assuntos de conversa são em número reduzido, e mais de metade dos que valem a pena limitam-se a três proposições: eu sou eu, você é você e existem outras pessoas das quais sabemos vagamente que não se parecem de todo connosco."


in "conversa e conversadores" de R.L. Stevenson
" Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Álvaro de Campos

"Mamã, quqndo for grande, quero trabalhar, viver sózinha e ser
mãe solteira de um porco."
Catarina, cinco anos

Simplesmente um verdadeiro "must".


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Produtividades liberais

"Frequentaram a escola e a Universidade, mas estiveram o tempo todo com o olho numa medalha; andaram pelo mundo e cruzaram-se com pessoas inteligentes, mas durante todo esse tempo só pensavam nos negócios próprios"






in "uma apologia dos ociosos" de R.L. Stevenson








sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Dom

Dão -Alvaro de Castro, 2006, Reserva. Dei-lhe 8,5 numa escala de 10 afectada por um coeficiente de delito que é sempre favorável.Isto depois de um branco da Casa de Sta. Eulália-Avesso, e de um igualmente branco D. Soares Franco-verdelho. Viriam ainda mais três tintos e fechar-se-iam as hostilidades da época 2010-2011.Até Setembro.


Almoço no Chaby de 13/07/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Atalho - Meek's cut off

Um dos mais recentes vistos na tela. Um bom western a fazer ressurgir pontualmente o género.
Uma fita minimalista relatando uma estória da América e o papel das mulheres, sem grandes tiros nem cavalgadas heróicas, antes escolhendo a visão feminina da grande deambulação sob o céu aberto do Oeste.
Michelle Williams num excelente desempenho.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Outros

Falaram-me os homens em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si.
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.


Alberto Caeiro, in "Fragmentos"

terça-feira, 12 de julho de 2011

A razão erra

Ângelo de Lima



Quem da lagarta a rastejar na terra
Pode supor,
Sonhar sequer, que um dia há-de nascer
A borboleta, aquela alada flor
Matiz dos céus?
Sábios, achai em vão o pode ser
Saber...só Deus

O homem rasteja, semelhante ao verme

segunda-feira, 11 de julho de 2011

H


Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que fazer das minhas sensações,
Não sei o que hei de ser comigo.


F.P.


domingo, 26 de junho de 2011

A sorridente velha senhora



Uma vontade de falar do morto para acreditar que estavam vivos. Eles iam somando exemplos vividos, mentiras e ameaças sofridas, repetindo o major até o tornarem mais e mais recuado, mais e mais distante, e assim o D.C. passava a ser uma constatação, uma criatura quase histórica.
J.C.P.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O medo assassino

Rua António Maria Cardoso


Elias, Filomena e o Major são as melhores imagens da claustrofobia do Estado Novo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nogueira- Tacho novo para uma velha carcaça


É com o pão velho que se faz a boa açorda?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PSdeus

Vem aí o partido cujo lugar natural é o poder.



Nas sociedades é necessário que os fortes exerçam o poder.


Pacheco Pereira

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Estado contemplativo no movimento




A água chia no púcaro que elevo à boca



A água chia no púcaro que elevo à boca.
«É um som fresco» diz-me quem me dá a bebê-la.
Sorrio. O som é só um som de chiar.
Bebo a água sem ouvir nada com a minha garganta

Alberto Caeiro

domingo, 22 de maio de 2011

James Blackshaw

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pântano

Não raramente, à superfície das águas dormentes, espraia-se uma irrisão maravilhosa, e nem as mais belas borboletas têm algo de semelhante nas suas asas; a película que aí cintila de matizes é formada por matérias decompostas. Nos pântanos, a noite desperta fosforescências, e os lumes dos brejos que se elevam parecem aquelas mesmas sublimadas.
Lodaçais! quem cantaria afinal os vossos atractivos?


in Pauis de A. Gide

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mapa




Segui as pistas. Passem bem ao largo da casa do Boo. Não toquem na árvore do conhecimento.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Maycomb - Alabama


Alabama


Oh Alabama
Banjos playing
through the broken glass
Windows down in Alabama.
See the old folks
tied in white ropes
Hear the banjo.
Don't it take you down home?

Neil Young

sábado, 30 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

A Casa


Estávamos nós a passear quando reparámos na casa entretanto desocupada pelo Miles, Bing, Alice e Ellen...

Vamos propor que os senhores do FMI, UE, ATP, IFM, HIR, e outras siglas se instalem...

Tudo em nome da crise...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sunset Park

Viajamos agora em pleno Sunset Park onde existe uma vida tranquila e ordenada. Caminhando sorridente comendo um bolo, porque o Inverno não é o que parece. Um dia de sol onde tudo se afigura no sitio próprio.
Deus continua do lado da América. Por quanto tempo?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bem, estão a transformar o Blog num tablóide com notícias fantásticas e teorias de conspiração. Eu por mim, quanto mais excitadamente me falam de catástofres mais me interesso pela representação. É puro entertenimento. Jogo de cálculo que aterroriza e me mantém colado ao sofá, procurando mentalmente soluções para que a bomba caia em cima de outro.

domingo, 3 de abril de 2011


Após uma meditação e reflexão, eis as questões:))

sexta-feira, 25 de março de 2011

"...não force nunca; seja paciente pescador deste rio do existir. Não force a arte, não force a vida, nem o amor, nem a morte. Deixe que tudo suceda como um fruto maduro que se abre e lança no solo as sementes fecundas. Que não haja em si, no anseio de viver, nenhum gesto que lhe perturbe vida."

Agostinho da Silva, in "Sete Cartas a um jovem filósofo - Seguidas de outros documentos par o estudo de José Kertchy Navarro", I,II, edição Ulmeiro, 1990

quarta-feira, 23 de março de 2011

Too much funky business

Depois de ter surgido um par para dançar o tango eis que a musica se torna "too funky" e cada um passa a dançar sózinho.
A atmosfera torna-se pesada sob os flashes, os strobe lights e as bolas de espelhos.
Os corpos contorcem-se procurando espaço em redor dos dançarinos que bamboleiam e suam no centro da pista, deixando o ambiente dominado por um cheiro que produz náusea.

terça-feira, 15 de março de 2011

Livro

OS PROBLEMAS DE UM LIVRO

o problema de um livro é, primeiro, não ser
Pensamentos para ninguém
E ficará tão inescrito
Quanto permanecerá não lido
E construir um autor palavra por palavra
E ocupar sua cabeça
Até que a cabeça feche pra balanço
Para publicar a todos
Seu esvaziamento.

Laura Riding

tradução: Rodrigo Garcia Lopes

quarta-feira, 2 de março de 2011

" Diz-me e esquecerei. Mostra-me e poderei lembrar-me. Envolve-me e eu compreenderei"
Provérbio chinês

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Amor

A todos os linguarudos, cabeçudos e seguidores


" O amor verdadeiro começa lá onde não se espera nada mais em troca"


Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

" Morre lentamente"

" Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o " preto no branco" e os " pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de inicia-lo, não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar. Estejamos vivos, então"

Pablo Neruda

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Estudar não é só ler nos livros

Estudar não é só ler nos livros
que há nas escolas.
É também aprender a ser livres,
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
às vezes, urgente,
mas os livros não são o bastante
para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever,
mas também a viver,
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer, aprender a estudar.

Aprender a crescer quer dizer:
Aprender a estudar, a conhecer os outros,
a ajudar os outros,
a viver com os outros.
E quem aprende a viver com os outros,
aprende sempre a viver bem consigo próprio.
Não merecer um castigo é estudar.
Estar contente consigo é estudar.
Aprender a terra, aprender o trigo
e ter um amigo também é estudar.

Estudar também é repartir
também é saber dar
o que a gente souber dividir
para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado
Sem ninguém nos ditar;
E se um erro nos for apontado
é sabê-lo emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro,
ter uma cabeça que saiba pensar,
pois, na escola da vida,
primeiro está saber estudar.

Contar todas as papoilas de um trigal
é a mais linda conta de somar
que se pode fazer.
Dizer apenas música,
quando se ouve um pássaro,
pode ser a mais bela redacção do mundo...
Estudar é muito
Mas pensar é tudo!

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

tHe DaY i QuIt LiNgUaRuDoS

caros linguarudos (sem acentos nem cedilhas sem pontos nem virgulas ca vai) com este misto de magoas ou alivios imprimo a decisao de abandonar o grupo de leitura linguarudos sentimento agridoce que estimula x papilas e y papilas nao ha sempre o motivo o projecto que se afastou das linhas tracadas pelo menos nos pontos definidos no plano dos meus eixos referenciais no principio mais uma oportunidade ver mexer falar saber em torno da oportunidade livros este mais convivio que enlaca intrincadas relacoes no meio oportunidade unica para estarmos juntos e nos desejarmos mutuamente parabens felicidades bons casamentos e divorcios vivam os nascimentos e morram as mortes no fim a obrigacao ou se nao em tudo se assemelha devem ser assim as reunioes mensais ou trimestrais de antigos militares que unidos combateram o ultramar e se beijam e se abracam e abarcam e expurgam as letras palavras frases cenas (d)escritas que durante mais ou menos tempo sentiram comuns cenas de rir ou chorar que durante cada encontro de auto ajuda lhes parece revolucionar as vidas tal como um livro 5º batalhão do 3º regimento de cavalaria apresenta se e despede se ate daqui a um mes ou nao segue por e-mail para o mais prolixo dos linguarudos os dados para administracao do blogue onde a criatividade se le sem se editar mas la esta fica escrita para o mundo pois o mundo que o leia que mais rico fica daqui ficamos bem obrigadas mae filhas nascidas ou por nascer mais parabens e felicidades e morram as mortes e vivam os livros para todo o sempre AMEN viva ca nada coelho teve o meu voto e derrotada senti me aliviada porque ha coisas que se obrigam a ser feitas sem obrigacao mesmo em dias tempestuosos de votacao CoelhinhaDoTolstoiOverAndOut11125RIP

Acidente doméstico


A MIÚDA QUE PUXA A TOALHA

Há mais de um ano neste mundo
e neste mundo ainda nem tudo pesquisou
nem submeteu a controlo.

Agora estão a ser testadas coisas
que não podem mexer-se sozinhas.

É preciso ajudá-las,
deslocá-las, empurrá-las,
tirá-las do sítio e transferi-las.

Nem todas o desejam, por exemplo, o armário,
a aparador, as paredes intransigentes, a mesa.

Mas já a toalha sobre a mesa obstinada,
se bem agarrada pelas pontas,
mostra-se disposta a viajar.

E sobre a toalha: os copos, os pires,
o jarro de leite, as colherinhas e a tigela
até tremem de desejo.

Interessante,
que movimento vão escolher
depois de vacilarem na beirinha:
um passeio pelo tecto?
um voo em torno do candeeiro?
um salto para o parapeito da janela e de lá até à árvore?

O Senhor Newton ainda não meteu aqui a colherada.
Que olhe lá do céu e agite os braços.

Este teste tem de ser efectuado
e será.


Wisława Szymborska
trad. de E. Milewska e Sérgio Neves

domingo, 23 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mãos


Há mãos que riem,
outras choram
umas fazem cócegas,
outras pão.
Há aquelas que fogem
e tiram a mão
pintam de cores
sofrem de amores
e juram que não.

Mãos, mãos,mãos...
foi a quatro mãos
e passou-se assim
alegremente mudo

Há mãos pra tudo

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Hino das visitadoras

Pequena obra musical, secretamente composta pelas visitadoras do SVGPFS, proposto como hino deste serviço:

Servir, servir, servir
O exército da nação
Servir, servir, servir
Com muita dedicação.

Tornar felizes os soldadinhos
- Corram e saltem, Chuchupinhas!-
E os sargentos e os cabinhos,
É a nossa honrosa missão.

Servir, servir, servir (…)

Assim vamos, todas satisfeitas,
Nos comboios do nosso serviço
- Sem brigar sem fazer desfeitas –
Com o Chininha, a Chuchupe ou o Chupão

Servir, servir, servir (…)

Na terra, no beliche, na relva,
Do quartel, do campo ou o que for,
Damos beijos, abraços e tudo,
Às ordens do superior.

Servir, servir, servir (…)

Vamos por selvas, rios e charcos,
Nem do Leão, do puma ou do tigre
Nós temos qualquer temor,
Porque nos sobra patriotismo,
Como ninguém fazemos amor

Servir, servir, servir (…)

In "Pantaleão e as Visitadoras" de Mario Vargas Llosa

Sugiro a todos os camaradas linguarudos que decorem a letra para que a possamos alegremente cantar na próxima tertúlia :)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Bordeline

Odelesca vai fresca pela estrada, folheia a caras, mal diz a vida das louras da revista.
-Estas burgessas, andam a esticar a pele dos joelhos e eu aqui a esticar quilómetros.
E dizem que têm pinta. Vão de avioneta para o Algarve as peruas. – murmura enquanto abre pisca para mudar de faixa. -A pouco e pouco elas vão.
Costumava monologar com ligeireza de pensamento e nessas alturas, quem estivesse atento e bem colocado, podia ver perfeitamente os lábios a mexer.
-Ah vão, vão. O noivo é bem giraço, entrou na novela do Espelho de água ou na outra da ceguinha. Se me convidassem para um casamento destes, ia primeiro à despedida do solteiro …
Enquanto se prepara para a portagem vai fazendo contas de cabeça e previsões:
-O meu aniversário calha num dia de semana.
Antecipa o dia seguinte no escritório:
- Encarar o filho do patrão. É dose. Não tenho paciência para toninhos.
Os colegas:
-Aceitam 50% os cagadinhos. O rabinho é deles, eles é que sabem. E não respinga.
Reabre a revista:
E as palmeiras? Isto, só de piscinas tem 5, e qual delas a maior.
A associação de ideias leva-a para o Verão:
Dez dias. Dez dias de férias.
Nisto, toca o celular. Olha o visor. De novo o puto deprimido. Começava a ficar farta de lhe dar colo.
Leu a sms. Um smile com a pergunta keres ir ao cinema?
Este tipo de proposta era boa nos anos 80. Como era eu nos anos 80? Tinha bons e bem privados orgasmos. Hoje em dia, estou uma desbragada. Uma vida de bordel. Agora só me faltava mesmo era desmamar este madraço. Coitado, é bom rapaz.
Enquanto pensa nele, agita-se no banco, coça a cabeça, ajeita o cabelo.
-A minha vida é uma Guerra e Paz. Vamos a isto, diz em voz alta tirando umas sabrinas do saco das compras e descalçando as botas de biqueira de aço que lhe começavam a fazer bolhas.