sexta-feira, 4 de novembro de 2011



Ela vem de mansinho, um esquecimento aqui, uma ausência de recordação além, algo que já não nos lembramos do nome.....

As memórias tornam-se confusas, não reconhecemos por vezes aqueles que amamos, do que gostávamos de fazer. É o sabor agridoce de que começámos a trocar tudo.

" Quem sou eu", "onde estou", "o que faço aqui", "que idade tenho", "onde é a minha casa". Sou incógnita?

Tenho saudades tuas. Fui vendo a tua lenta partida para o teu mundo onde já não consigo chegar. A dor, a angustia é demasiado dolorosa...O meu coração rasga-se, dilacera-se por te ver assim. Lembro-me dos teus sábios conselhos, do teu amor e carinho que sei serem eternos, de me afagares o cabelo, de me teres no teu colo que tanta falta me faz. És agora a minha querida criança, mas não esqueço a mãe que foste, a força, a luz, o amor que me dés-te e fez de mim o que sou hoje.

A ti a quem chamam Alzheimer, doença monstruosa, eu faço-te frente e digo-te "aprisionás-te a minha querida mãe" mas jamais vais aprisionar o meu amor.Este laço ,que por mais que tentes, jamais se partirá e perdurará para todos os tempos.

2 comentários:

Sara Câmara Leme disse...

Muita força, Flor! Jokas grandes ;)

Aspásia, a Cortesã disse...

Obrigada Sara, bem preciso!
Jokas grandes