quarta-feira, 23 de maio de 2012

Lambedela

Pergunta de um Doutor numa escola de economicas e financeiras:

Quando um pobre nos quer lamber as botas, devemos ou não untá-las previamente?

Resposta certa:
Deve untá-las, mas...
o produto não pode ser muito salubre pois não deve o pobre rebustecer e decidir deixar de ser pobre e atrair um número excessivo de pobres à lambedela e se aumentar muito a quantidade de lambedores a paciência do lambido diminui bastante.
O produto deve ser moderadamente salubre, até porque a moderação é a principal qualidade a exigir a um pobre.

Baseado em  A Noite e o Riso de Nuno Bragança
(livro muito baseado)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Trevas


Corações de trevas reluzem
rios que agitam as almas
Sem direcção certa seduzem
magma escrito em vozes calmas

Aventura fria na selva preta
colonia de fome de amor
Cupido cospe a sua seta
trovejam nuvens de horror

Todos os sois da guerra
encurecem brancas tua tez
Estrelas fixas sobre a terra
cegam belas o que não vês

quarta-feira, 16 de maio de 2012

HEAT
















In one end
large shining
vast amount of red
crawling pioneers
walkin with eyes of dead
Like a blind snake



J.C. in Heart of the darkness

Dever-se-ia dizer Heat of the darkness

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Magia do sensível

Este poema para quem é praticante desde o tempo da Torre da Gadanha e para todos os outros que se juntaram, bem podia estar no tal livro mal amado e em epigrafe.
Dei com ele por acaso não fosse ele um nobelizado.



Farto de todos aqueles que com palavras fazem palavras mas onde não há uma linguagem;
Dirigi-me para a ilha coberta de neve.
A veação não conhece palavras.
As páginas em branco dispersam-se em todas as direcções.
Eu dei com vestígios de cascos de corça na neve.Linguagem, mas nenhuma palavra.

Thomas Transtormer

sábado, 5 de maio de 2012

“(…) on one end a large shining map, marked with all the colours of a rainbow. There was a vast amount of red – good to see at any time, because one knows that some real work is done in there, a deuce of a lot of blue, a little green, smears of orange, and, on the East Coast, a purple patch, to show where the jolly pioneers of progress drink the jolly lager-beer. However, I wasn’t going into any of these. I was going into the yellow. Dead in the centre. And the river was there – fascinating – deadly – like a snake. Ough!” 
(Joseph Conrad, in Heart of Darkness)