quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Há escolhas assim...


O vento mia e rabeia no telhado, abala a casa, parece que leva tudo pelos ares, engolfa-se a espaços pela chaminé abaixo, espevita o lume onde a chaleira canta, vai fazer oscilar a chama do candeeiro de petróleo e arranca-lhe um veuzinho de fumo negro. Algures, uma porta mal engonçada bate no trinco, enfurecida, como se quisesse libertar-se e partir com o vento à grande aventura.
in A Escola do Paraíso de José Rodrigues Miguéis

2 comentários:

xico cortiça disse...

Boas estreias no Blogue, o prinipio do livro deixa alguma água na boca; para os pessoanos convém reservar porque me parece que venha a esgotar. Saudações

Zebedeu disse...

Hola, sigo na pag 128 em velocidade de cruzeiro. Como este livro desenterra pequenas recordações de um Portugal finado, de que ainda senti na minha infância, alguns vestígios!( nos cheiros, nos pregões da rua, nos objectos domésticos, em algum vocabulário).
Excelente a linguagem. A narração parece seguir um fluxo que é a vida da criança e de quando em vez são colados capítulos/acontecimentos que parecem tirados de um diário.