sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Leo Tolstoy - on film

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Olá linguarudos. Eis um pouco da história do Lev Tolstói.

Aspásia Cortesã

quarta-feira, 22 de maio de 2013


É a minha caixa de correio. Gostam? Eu também. É simples. Tão pintadinha, dessa cor que há, por todos os lados, em paredes frias. Sempre gostei de contrastes. Talvez por ser uma mulher de contrastes. Perguntem ao meu Arnaldo. Ele é que sabe dizer bem. Eu limito-me a abanar com a cabeça. Não lhe dou razão. Vai lá uma mulher admitir esses defeitos congénitos. Nem ao marido, quanto mais. Sou um poço de virtude. E que venha alguém e prove o contrário. Sim. O da frente (por ciúmes) andou a espalhar pela vizinhança que já me amassou. Sabem lá a chatice que me causou. Perguntem ao meu Arnaldo. Um dia, andava eu a deixar a minha entrada asseada, como qualquer boa esposa que se preze, e dei de caras com ela. Vinha toda arranjada – como se fosse Domingo de Páscoa (ele há mulheres que não se enxergam; nem com óculos). Vi a fulana passar por mim como se estivesse num cortejo (fúnebre). Boa tarde. Disse sem tirar o olhar dos meus afazeres. Boa tarde! (podia estar surda)
Já ao virar da esquina, a fulaninha abranda o passo, vira-se e (é mais forte do que ela): ó vizinha, quem foi que lhe fez o trabalhinho? Vai ter de perguntar ao meu Arnaldo. Piscou-me o olho. Se calhar julga que a tenho por mulher decente. Toda a gente sabe que aquela lambisgóia tem a casa por trabalho. Despejo o balde para a rua, torço o pano. E recolho ao lar. O meu Arnaldo está quase a chegar. Hoje vem mais cedo por causa dos horários. É um homem muito certinho, o meu Arnaldo. Oh. Lá vem ele.Conheço-lhe os passos – de há mais de vinte anos. Está bonita a nossa caixa. Diz-me à porta. Hás-de dizer à lambisgóia quem a pintou. E não te chateias, mulher? Ó homem, que mal tem isso? Lá o que ela faz pela vida não me diz respeito.
Comemos. Silêncio. Amamos. Silêncio. Dormimos. Silêncio.
Ó mulher (diz-me à saída), hás-de pedir ao teu marido que compre mais umas latinhas para pintar a parede. 

Sara Câmara Leme
Mapa Literário de Lisboa, Junho 2012

terça-feira, 14 de maio de 2013

"na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de põr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco."

JOSÉ LUÍS PEIXOTO, in "A Criança em Ruínas"

sábado, 27 de abril de 2013

Watchers

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Bom aluno

Este governo e a sua relação com o FMI faz-me lembrar aqueles bons alunos que fazem os trabalhos de grupo numa noitada antes do dia  marcado para a apresentação. Geralmente são sempre bons, os resultados. Os professores não os recusam  devolvendo-os para mais trabalho e investigação. Dão-lhes boa nota e total confiança para o futuro.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pensamento amarelo emergente

"A arte não é mais que saber manipular materiais e perceber o seu sinificado na vida quotidiana".

"Nascemos, vivemos e morremos: são os únicos conceitos fundamentais. Há espaço para a imaginação, mas estruturar todo o nosso pensamento à volta de questões não fundamentais é uma perda de tempo.. .Duchamp foi a força mais destrutiva da arte ocidental. Afinal queremos um urinol ou uma maravilhosa pintura cheia de técnica? Se insitirmos numa arte de urinóis, então o que merecemos: urinóis."

Iain Robertson responsável por estudos de negócios em arte do Sothesby's Institute

quinta-feira, 28 de março de 2013

Leio-te

Sexto passo para começar a ler, segundo o pó dos livros:

Evite a proximidade de pessoas que estão a bocejar e deitadas no sofá a ver os programas de televisão que passam em horário nobre.

Aponho: Evite a televisão em todos os horários. Aproxime-se das pessoas que estão deitadas no sofá e a bocejar. Abra o livro.

terça-feira, 12 de março de 2013

Daniel Boone Davis

“…ela ficou muito perturbada quando eu lhe disse que enquanto estávamos na nossa lua de mel eu estava também efectivamente lá em cima no Boulder, e que enquanto a visitava no acampamento das escuteiras jazia também numa letargia drogada no Vale de San Fernando”.

Robert Heinlein in "uma porta para o verão"

sexta-feira, 1 de março de 2013

Tesoureiro

"O Sr. Doughty lembrava-me um tesoureiro que eu tinha tido na tropa. Só se produzem dois formatos de tesoureiros: um é o que nos mostra onde o livro diz que não vamos receber aquilo que julgávamos receber; o outro é o que procura no livro até encontrar um parágrafo que nos faz receber aquilo que precisamos, mesmo que não contássemos com isso."  
Onde anda o segundo tesoureiro?

Robert Heinlein in "uma porta para o verão"